Sobre o mesmo tecto, abrigavam-se muitas vezes, animais e os produtos que a terra dava. O rés-do-chão era reservado para a loija (adega), cortes dos porcos, tudo paredes meias com a corte da rês (ovelhas) e côrtes do gado. Os estábulos davam normalmente para um pátio, e se o recinto fosse adequado, podia até servir de eira, com o palheiro a fechar o círculo.
Noutros casos porém, a eira, o palheiro e as cortes de gado eram um conjunto independente e até distante da casa de habitação. A escada exterior em pedra levava à cozinha e a varanda corria toda a fachada, dando acesso ao sobrado de limpo e compartimentos para dormir.A par das casas dos lavradores existiam ainda e em determinadas situações, as casas dos cabaneiros (pessoas de poucas posses), estas muito mais modestas e apertadas, mas não raramente com mais família para abrigar.
Nas casas, cabiam o lar, onde durante os meses frios era acesa a lareira, e à sua volta via-se normalmente, um escano, uma masseira, as camas, uma pequena mesa, uma toucinheira pendurada da trave, uma caixa de madeira de carvalho e vários molhos de lenha ao lado, que uma dúzia de galinhas usava como capoeira.
A cobertura de colmo ajudava a conservar o calor noite dentro, o que era fundamental particularmente em noites de frio e neve.
(Extracto do livro "Gralhas-Minha Terra Minha Gente)
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